segunda-feira, 28 de julho de 2014

Preparação de produtos (mistura, diluição e dosagem adequada), e lavagem e desinfeção de materiais e equipamentos de lavagem e higienização.



Os métodos e técnicas de lavagem associadas à higienização dos espaços 

  • O risco de infeção das diferentes áreas das Unidades de Saúde está relacionado com a especificidade da atividade dos cuidados de saúde prestados e com a suscetibilidade dos utentes.

A principal distinção entre a limpeza corrente da “área crítica geral” e da “área semicrítica geral”: reside na limpeza que é realizada a meio do dia, uma vez que neste período, e somente neste, poderá existir um menor número de zonas a limpar. 

Exemplo de uma limpeza corrente a meio do dia: 

  • Área crítica geral - A limpeza da sala de tratamentos inclui chão, marquesa, superfícies de trabalho, mobiliário, equipamentos, utensílios, lavatório e sua(s) torneira(s) e manípulo(s) de porta(s), assim como o despejo de resíduos e a limpeza dos contentores/recipientes. 
  • Área semicrítica geral - A limpeza corrente da sala de injetáveis inclui somente a marquesa, superfícies de trabalho e o despejo de resíduos e a limpeza dos contentores/recipientes. 


Prioridade de Limpeza  Elevada

Área Crítica 


Geral
  • Limpeza Corrente: 2 a 3 v/dia
  • Limpeza Conservação: 1 v/semana
  • Limpeza Global: mensalmente

Área Critica 

Específica

  • Limpeza Corrente e de conservação deve ser efetuados sempre que definir como necessário
  • Limpeza Global realizar com frequência

Prioridade de Limpeza Média

Área Semi-crítica

Geral
  • Limpeza Corrente: 2 v/dia;
  • Limpeza de Conservação: 1 v/semana;
  • Limpeza Global: de 2 em 2 meses.
Área Semi-crítica

Específica
  • Limpeza Corrente e de conservação efetuam-se apos a remoção dos contentores e sacos de resíduos.
  • Limpeza Global: de 2 em 2 meses

Prioridade de Limpeza Baixa

Área não critica
  • Limpeza Corrente: 1 v/dia;
  • Limpeza de Conservação: 1 v/semana;
  • Limpeza Global: de 6 em 6 meses;
Uma vez que a Limpeza Imediata abrange todas as áreas, efetuam-se sempre que ocorre situações de derrame ou salpicos de sangue ou outra matéria orgânica.


Métodos e técnicas de limpeza e higienização no pós-mortem:

Pós-mortem, que em latim significa depois da morte, pode referir-se a: o tempo de corrido após a morte de uma pessoa.
O serviço de limpeza Hospitalar tem particular importância no Controle das Infeções, por garantir a limpeza e desinfeção de áreas hospitalares.

Quando existe mais do que uma sala de tratamento, é importante ter o equipamento e o material exclusivo de cada sala. De forma a evitar a redistribuição cruzada de microrganismos nas superfícies de uma área para outra, por exemplo, panos, esfregonas, baldes usados nas instalações de pós- mortem, não podem utiliza-se nas salas de tratamento ou em copas e refeitórios. O aparecimento de infeções no ambiente hospitalar pode estar relacionado ao uso de técnicas de limpezas inadequadas.

Os profissionais que são responsáveis pela limpeza das instalações, devem estar protegidos durante a execução das suas atividades pelos equipamentos de proteção individual: luvas, farda/bata, avental de plástico, óculos, calçado próprio, máscara. A utilização de equipamentos de proteção individual diminui os riscos de acidentes e de doença ocupacionais.


TÉCNICA DE LIMPEZA 

Antes de se iniciar a limpeza de qualquer área, deve-se:


  • Fechar as portas e abrir as janelas para favorecer a ventilação do espaço; 
  • Afastar todo o equipamento das paredes; 
  • Recolher os resíduos espalhados. 

Limpeza e higienização de instalações/ superfícies na pós-morte

Procedimento:


  • Higienizar depósito de cadáver
  • Recipiente de cadáveres
  • Lavar com água e detergente; desinfetar com hipoclorito a 2,5%
  • Pavimento
  • Lavar com água e detergente; desinfetar com hipoclorito a 2,5%
  • Iniciar a lavagem pelas superfícies altas( de cima para baixo), e posteriormente os pavimentos (da zona mais limpa para a mais suja), do fundo da sala para a porta.

A limpeza e higienização de instalações/ superfícies em unidades/ serviços específicos 


HIGIENIZAR SALAS DE TRATAMENTO


Utensílios 
  • Verificar existência de material sujo e encaminha-lo devidamente acondicionado para a central de esterilização. 
  • Remover o lixo dos recipientes e substituir sacos (circuito de resíduos). 
  • Verificar / repor toalhetes de papel e doseadores de sabão líquido. 

Mobiliário e equipamentos
  • Lavar com água e detergente e desinfetar adequadamente com o produto em uso na instituição. 
  • Limpar e desinfetar os teclados dos computadores com álcool a 70º

Pavimentos 
  • Aspirar a seco; lavar com água e detergente contendo bactericida. 
  • Em caso de derramamento de sangue ou secreções (exceto urina), descontaminar com hipoclorito a 2,5% em toalhetes de papel, deixando atuar durante 3 a 5 minutos. Remover para lixo grupo III (risco biológico). 


HIGIENIZAR GABINETES MÉDICOS E SALAS DE ENFERMAGEM






Utensílios 
  • Remover lixo dos recipientes e substituir sacos. 

  • Substituir contentores de resíduos perigosos (corto-perfurantes) se a ¾ da sua capacidade. 

  • Verificar / repor toalhetes de papel e doseadores de sabão líquido. 

Mobiliário 

  • Limpar com pano húmido (água + detergente). 

  • Limpar e desinfetar os teclados dos computadores com álcool a 70º. 
Equipamento 

  • Limpar com água e detergente e desinfetar adequadamente com o produto em uso na instituição. 

Pavimentos

  • Aspirar a seco; lavar com água e detergente contendo bactericida 


HIGIENIZAR INSTALAÇÕES SANITÁRIAS


Utensílios 

  • Remover lixo dos recipientes e substituir sacos (respeitar circuito de resíduos). 

  • Verificar / repor toalhetes de papel, papel higiénico e doseadores de sabão líquido. 

Lavatórios e Sanitas 

  • Lavar com água e detergente; desinfetar com Hipoclorito a 2,5%. 


Pavimentos e paredes de azulejo 

  • Lavar com água e detergente. 

HIGIENIZAR ÁREAS COMUNS (Salas de espera, corredores e atendimento administrativo)



Utensílios 

  • Remover lixo dos recipientes e substituir sacos.
Mobiliário (cadeiras salas de espera) 

  • Lavar com água e detergente; desinfetar com álcool a 70º. 
Mobiliário (atendimento administrativo) 

  • Lavar com água e detergente. 

Pavimentos 

  • Aspirar a seco; lavar com água e detergente. 

HIGIENIZAR SALAS DE ESTERILIZAÇÃO, LAVANDARIA E ROUPARIA

Equipamentos (bancas inox) 
  • Lavar com água e detergente e desinfetar com Álcool a 70º. 
Pavimentos 
  • Lavar com água e detergente. 

HIGIENIZAR COMPARTIMENTO DE RESÍDUOS HOSPITALARES

Lavatório 
  • Lavar com água e detergente; desinfetar com hipoclorito a 2,5%. 
Balança 
  • Limpar com pano húmido, desinfetar com álcool a 70º. 
Pavimento 
  • Lavar com água e detergente; desinfetar com hipoclorito a 2,5.

HIGIENIZAR ARMAZÉNS E FARMÁCIA

Remover lixo dos recipientes e substituir sacos. 

Mobiliário (estantes; armários) 

  • Lavar com água e detergente. 
Pavimentos 
  • Lavar com água e detergente. 

HIGIENIZAR SALA DE Rx

Equipamento

  • Limpar com pano húmido; desinfetar com álcool a 70º. 
Pavimento 
  • Lavar com água e detergente. 

O acondicionamento de produtos, materiais e equipamentos de lavagem e higienização:

O material e equipamento usado na limpeza e desinfeção deve estar limpo e ser armazenado em compartimento próprio e exclusivo, o qual deve ter os seguintes requisitos: 

  • Porta de entrada com identificação; 
  • Chão, paredes e teto revestido em material liso, lavável, resistente e imputrescível; 
  • Ventilação adequada; 
  • Lavatório com torneira de comando não manual, dotado de sistema individual de secagem de mãos e doseador de sabão líquido; 
  • Pia para despejos; 
  • Bancada com cuba de lavagem e superfície que permita a colocação de baldes invertidos; 
  • Suporte que permita a secagem das franjas das esfregonas em posição invertida; 
  • Recipiente para resíduos acionado por comando não manual; 
  • Local próprio para guardar detergentes e desinfetantes devidamente sinalizado; 
  • Local de armazenamento de material limpo e seco (ex: panos de limpeza, franjas das esfregonas, entre outros); 
  • Local para guardar panos e franjas sujos; 
  • Local próprio para guardar o equipamento (ex: aspirador, cabos de esfregonas, baldes, entre outros); 
  • Área suficiente para guardar o(s) carro(s) de limpeza. 
  • Nos recipientes de origem, bem rolhados (ou hermeticamente fechados), 
  • Rotulados e com as respetivas fichas técnicas, para que estes sejam utilizados corretamente e para que, em caso de acidente, se possa atuar adequada e rapidamente. 

REGISTOS:



Grupo I – Resíduos equiparados a urbanos

São aqueles que não apresentam exigências especiais no seu tratamento, incluem-se:
  • Resíduos provenientes de serviços gerais (de gabinetes, salas de reunião, salas de convívio, instalações sanitárias, vestiários, etc);
  • Resíduos provenientes de serviços de apoio (oficinas, jardins, armazéns e outros);
  • Embalagens e invólucros comuns (papel, cartão, mangas mistas e outros de natureza idêntica);
  • Resíduos provenientes da hotelaria resultantes da confecção e restos de alimentos servidos a doentes. 


Grupo II – Resíduos hospitalares não perigosos


São aqueles que não estão sujeitos a tratamentos específicos, podendo ser equiparados a urbanos,incluem-se:



  • Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem vestígios de sangue;

  • Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;

  • Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais e de apoio, com excepção do utilizado na recolha de resíduos;

  • Embalagens vazias de medicamentos ou de outros produtos de uso clínico/comum;
  • Frascos de soros não contaminados. 




Grupo III – Resíduos hospitalares de risco biológico

São resíduos contaminados ou suspeitos de contaminação, susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz, permitindo posterior eliminação como resíduo urbano, incluem-se:

  • Todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infeciosos ou suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação; 
  • Todo o material utilizado em diálise; 
  • Peças anatómicas não identificáveis; 
  • Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados; 
  • Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos; 
  • Sacos coletores de fluidos orgânicos e respectivos sistemas; 
  • Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminados ou com vestígios de sangue; material de prótese retirado a doentes; 
  • Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue; 
  • Material de protecção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral em que haja contato com produtos contaminados (luvas, máscaras, aventais e outros).



Grupo IV – Resíduos hospitalares específicos

São resíduos de vários tipos de incineração obrigatória, incluem-se:

  • Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até publicação de legislação específica; 

  • Cadáveres de animais de experiência laboratorial; 

  • Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, cateteres e todo o material invasivo; 

  • Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica; 

  • Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração.





Triagem dos Resíduos Hospitalares

  • Uma das fases mais importantes para a minimização e gestão efetiva dos resíduos hospitalares produzidos é a sua triagem no local de produção. Esta operação é a base de uma gestão integrada dos resíduos hospitalares nas unidades de prestação de cuidados de saúde, pois dela depende a redução dos riscos para a saúde e para o ambiente associados a potenciais contaminações, resultantes do cruzamento de resíduos com risco biológico associado e/ou de incineração obrigatória, induzidas por circuitos inapropriados ou por misturas inadvertidas ou, ainda, por falta de formação/informação dos profissionais envolvidos.



Transporte de Resíduos Hospitalares

  • O transporte de resíduos constitui uma das etapas da gestão dos resíduos Hospitalares. São definidas as entidades que podem realizar transporte rodoviário de resíduos, sendo que o transporte rodoviário de resíduos hospitalares dos Grupos III e IV deve ser efectuado pelas entidades responsáveis pela gestão desta tipologia de resíduos, podendo também ser realizado pelo próprio produtor ou por empresa licenciada para o transporte de mercadorias por conta de outrem, no respeito das regras estabelecidas. 
  • O transporte de resíduos abrangidos pelos critérios de classificação de mercadorias perigosas deve, assim, obedecer à regulamentação nacional de transporte de mercadorias perigosas por estrada, que regula o transporte terrestre rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas, devendo nomeadamente ser dado cumprimento às condições estipuladas.
  • Os produtores de resíduos hospitalares deverão certificar-se que a operação de transporte destes resíduos é realizada por empresa devidamente habilitada para o efeito, bem como que o destinatário está autorizado a recebe-los.

(Exemplo de empresa que realiza este tipo de serviço)

Acondicionamento dos Resíduos Hospitalares

  • Em matéria de acondicionamento dos resíduos, realça-se a importância da contentorização imediata dos resíduos líquidos perigosos, separados de acordo com as características de cada produto e de acordo com os respectivos métodos de eliminação ou valorização. 
  • No encaminhamento dos produtos químicos rejeitados deverá ser tomado em consideração que os que estão classificados no Grupo IV, são de incineração obrigatória, incluindo-se nesta rubrica os produtos químicos rejeitados com risco infeccioso associado. 

Armazenamento de Resíduos Hospitalares

Nas unidades de prestação de cuidados de saúde, o local destinado ao armazenamento dos resíduos hospitalares deve: 
  • Ficar situado dentro da unidade produtora de resíduos, afastado dos locais de produção e em zona de fácil acesso ao exterior, de forma a permitir uma adequada remoção/recepção dos mesmos. Por outro lado, a localização deve ficar dependente do circuito interno dos resíduos hospitalares, de modo a impedir contaminações cruzadas;
  • Estar devidamente sinalizado, sendo o seu acesso apenas permitido ao pessoal responsável pela gestão dos resíduos; 
  • Ser dimensionado em função da produção e da periodicidade da recolha e transporte dos resíduos para eliminação ou valorização;
  • Ter uma capacidade mínima correspondente a tantos contentores quantos os produzidos diariamente, vezes o número de dias de intervalo entre recolhas, acrescido de espaço para o armazenamento dos contentores de transporte vazios. Esta última área deve estar implantada numa zona fisicamente separada da dos contentores cheios; 
  • Dispor de sistema de pesagem dos resíduos hospitalares produzidos, o qual deve ser calibrado periodicamente de acordo com a legislação em vigor; 
  • Dispor de ventilação natural ou forçada; 
  • Dispor de sistemas que impeçam a entrada de animais e que previnam as infestações por roedores e insectos;
  • Possuir tecto, paredes e pavimento de material impermeável, liso, facilmente lavável e desinfetável; 
  • Dispor de lavatório com torneira de comando não manual; 
  • Dispor de pontos de água e de ralos no pavimento com ligação à rede de drenagem de águas residuais, com o objectivo de assegurar a higienização dos carinhos de transporte interno de resíduos e do próprio espaço.


Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde

Sob a orientação do enfermeiro, cabe ao técnico auxiliar de saúde:
  • Classificar as diferentes áreas do hospital segundo as necessidades de limpeza;
  • Assegurar que os distribuidores de sabão líquido e de toalhetes de papel são enchidos regularmente;
  • Informar o Serviço de Instalação e Equipamentos sobre qualquer necessidade de reparação: fendas, defeitos no equipamento sanitário ou elétrico, etc.;
  • Cuidar das flores ou plantas das áreas públicas;
  • Controlar as infestações (insetos, roedores);
  • Aplicar métodos de limpeza e desinfeção das camas (incluindo colchões, almofadas);
  • Executar com frequência, a lavagem de cortinas e janelas, bem como a cortina entre camas, etc.;
  • Comunicar aos Responsáveis de Serviço, sempre que identificam a necessidade de renovação, ou de aquisição, de mobiliário novo, incluindo camas especiais para os doentes, para determinar a facilidade de limpeza.
                 
De acordo com o respectivo perfil profissional, cabem ao Técnico/a auxiliar de saúde as seguintes tarefas específicas, dentro desta temática:

  • Aplicar as técnicas de lavagem higienização das instalações e mobiliário da unidade do utente/serviço.
  •  Aplicar as técnicas de tratamento de resíduos: recepção, identificação, manipulação, triagem, transporte e acondicionamento.
  • Aplicar as técnicas de tratamento de roupa: recolha, triagem, transporte e acondicionamento.
  • Aplicar as técnicas de tratamento, lavagem (manual e mecânica) e desinfeção aos equipamentos e materiais utilizados na lavagem e higienização das instalações/superfícies da unidade/serviço.
  •  Executar prevenção e controlo de infeção: princípios, medidas e recomendações.
  •  Aplicar as técnicas de higienização das mãos, de acordo com normas e procedimentos definidos.
  • Aplicar as técnicas de lavagem (manual e mecânica) e desinfeção aos equipamentos do serviço.
  • Aplicar as técnicas de lavagem (manual e mecânica) e desinfeção a material hoteleiro, material de apoio clínico e material clínico. 
O que são roupas hospitalares?

Consideram-se roupas hospitalares todas as peças feitas de materiais têxteis, tecido não tecido, utilizadas no ambiente hospitalar, cuja higienização é feita no Setor de Processamento de Roupas Hospitalares, ou Lavandaria Hospitalar.

1. O tratamento de roupas tendo em conta os níveis de risco


O processamento de roupas de serviços de saúde é uma atividade de apoio que influência grandemente a qualidade da assistência à saúde, principalmente no que se refere à segurança e ao conforto do paciente e do trabalhador.
O processamento da roupa consiste em todos os passos requeridos para a coleta, transporte e separação da roupa suja, bem como aqueles relacionados ao processo de lavagem, secagem, calandragem, armazenamento e distribuição.

2. Técnicas de manuseamento de roupas sujas e lavadas


2.1 - O processamento da roupa inicia-se: 

  • Retirada da roupa suja das áreas onde foram utilizadas, também chamadas de unidades geradoras. 
  • Na retirada da roupa suja da unidade geradora, deve haver o mínimo de agitação e manuseio. 
  • A roupa suja deve ser imediatamente colocada em saco, onde permanecerá até a sua chegada ao serviço de processamento. 
  • Recomenda-se transportá-la dobrada ou enrolada a partir da área de maior sujidade para a de menor sujidade e colocar no centro do saco aquelas que estiverem molhadas ou mais sujas, evitando o vazamento de líquidos e a contaminação do ambiente, dos funcionários ou de outros pacientes; 
  • As grandes quantidades de sujidade sólida, como fezes e coágulos, presentes na roupa devem ser removidos, com as mãos enluvadas e jogadas na sanita, dando-se descarga com a tampa fechada;
  • O tratamento das roupas hospitalares, inicia-se com a recolha, separação e pesagem das mesmas;
  • A separação é feita por sacos de cor diferente e devidamente identificados, consoante o seu grau de contaminação;
  • A separação é fundamental para que o processo de lavagem ocorra de forma económica e eficaz;
  • Após a separação segue para a lavandaria, esta pode ser no próprio hospital ou em empresas privadas especializadas no tratamento de roupas hospitalares;
  • O transporte da roupa suja é feita em carros apropriados e fechados;
  • Na lavandaria efetua-se a pré-lavagem, lavagem e secagem, dobragem…
  • Os diferentes tipos de tecidos e o grau de sujidade determina a forma da sua lavagem;
  • A lavagem das roupas hospitalares, é feita em máquinas, com detergentes específicos nas dosagens adequadas e consoante os graus de contaminação;
  • As roupas sujas nunca se cruzam com as limpas, nos mesmos espaços para não haver risco de infeções cruzadas.


3 - Recolha, transporte, triagem e acondicionamento da roupa.


O transporte da roupa para a unidade de lavandaria é de extrema importância na medida em que a roupa não deve representar um veículo de infeção, contaminação ou mesmo irritação.

3.1 - As etapas são:

3.1.1 - Recolha; acondicionamento da roupa suja e transporte da mesma; 

  • Deve ser realizada em horário pré-definido;
  • Deve permanecer o menor tempo possível no local de armazenamento e este deve de ser arejado e higienizado;
  • Os sacos devem de ser bem fechados a fim de evitar a sua abertura durante o transporte;
  • Os sacos devem de ser identificados e pesados antes de ser transportados à lavandaria.
  • A roupa suja deve ser manuseada e sacudida o menos possível;
  • Roupas com sujidade pesada, ou seja, muito sujas com matéria orgânica devem ser acondicionadas com sacos plásticos; 
  • Os sacos de roupa suja devem ser recolhidas pelo pessoal da lavandaria, no mínimo 3 vezes ao dia; 
  • Todos locais e carros utilizados para o recolhimento e transporte da roupa devem ser diariamente lavados com água e sabão.


3.1.2 - Recebimento, triagem e seleção da roupa suja;

  • A contaminação da roupa hospitalar depende basicamente da quantidade de sua sujidade e da proveniência desta sujidade. Desta forma roupas sujas de fezes, secreções purulentas, urina, sangue, secreções vaginais, uretrais, gástricas e outras secreções e excreções corporais apresentarão muito maior quantidade de microrganismos do que roupas com sujidade não proveniente de pacientes, como alimentos, líquidos diversos e poeira.
  • Quanto maior a quantidade da sujidade, maior será a quantidade de microrganismos presentes na roupa suja. 
  • A seleção dos diferentes de tipos de roupa suja para escolha do programa de lavagem adequado, não deve ser feita na lavandaria, mas no acondicionamento nas unidades ou enfermarias.
  • A separação é a fase do processamento que oferece maior risco aos trabalhadores.
  • A separação é ainda liderada pelo grau de sujidade, tipo de tecido e cor;
  • Há uma necessidade de pesagem após a separação e classificação, para adequar a carga ao processo de lavagem, forma de lavagem e temperatura. 
  • O manuseio da roupa suja deve ser o mínimo possível, apenas o necessário para perfeita colocação das roupas na máquina e para identificação de objetos estranhos colocados erradamente nos sacos;
  • Seria recomendável o uso de detetor de metais, para evitar o manuseio excessivo, os acidentes pérfuro-cortantes representam um sério risco de aquisição de infeções transmitidas pelo sangue e outros fluidos corporais ;
  • A roupa que não apresenta sujidade aparente pode ser considerada não contaminada ou de sujeira leve.


3.1.3 - Lavagem da Roupa 

  • Mesmo que o processo de lavagem, centrifugação, secagem e calandragem da roupa sejam os mais adequados possíveis, o resultado final não representa eliminação total de microrganismos, já que não significa um processo de esterilização.
  • Após a operação de lavagem a roupa passa por processos de centrifugação, secagem Calandragem e embalagem.
  • A centrifugação representa um ponto de recontaminação da roupa, devido ao fato de que a centrífuga aspira centenas de metros cúbicos de ar ambiente, o qual estando contaminado necessariamente aumentará o número de microrganismos na roupa.
  • A fase de calandragem é extremamente necessária no processo de descontaminação da roupa. A temperatura da calandra deve chegar a 160ºC.


3.2 - Acondicionamento da roupa lavada.

  • A roupa limpa é dobrada, podendo ser armazenada embalada ou não;
  • A embalagem pode ser feita em sacos de plastico ou tecido, sendo estes últimos devem de estar limpos e devem ser mantidos fechados;
  • A roupa separada em kits favorece o serviço de enfermagem visto que otimiza o trabalho;

4 É indispensável embalar a roupa limpa de forma a evitar a contaminação durante o transporte da mesma; 


4.1 - Assim sendo, a roupa embalada tem as seguintes vantagens: 

  • Maior segurança ao serviço, pois sabem que é roupa realmente limpa; 
  • Redução de risco de contaminação; 
  • Maior facilidade de controlo da roupa. 


5 Circuitos de transporte da roupa


5.1 - Ao proceder ao transporte da roupa da unidade de processamento é fundamental ter em linha de conta: 

  • A separação da roupa limpa e suja deve ser rigorosa;
  • As unidades devem possuir carros de transporte para roupa suja e limpa ( a roupa suja pode ser realizada em carros fechados ou abertos, sendo que a roupa suja deve de ser transportada em sacos plásticos devidamente identificados.)
  • A distribuição de roupa limpa pode ser feita em carros de transporte fechados,  se  a roupa se encontra embalada em sacos adequados pode ser distribuída num carro aberto; 
  • A roupa embalada deve ser acondicionada em sacos que devem ser de qualidade e resistência ao peso de modo a não romper na sua manipulação e de uso exclusivo para este fim.
  • A maior parte da troca de roupa nos internamentos é realizada no período da manhã.




“Mais vale uma boa lavagem, do que uma má desinfeção...”

 (autor desconhecido)

1. LAVAGEM:

É o processo de remoção de sujidade, através de meios químicos, mecânicos ou térmicos, que inclui a remoção de microrganismos e matéria orgânica, com vista a evitar o desenvolvimento bacteriano em instalações (pavimentos, janelas, mobiliários, equipamentos e estruturas similares) num determinado período de tempo.


1.1. LAVAGEM MANUAL E MECÂNICA

Os meios de limpeza podem ser:

Meio químico – Produtos com propriedades de dissolução, dispersão, e suspensão da sujidade;

Meio mecânico – Derivado da ação obtida pelo ato de esfregar manualmente ou pela pressão de uma máquina de lavar, com o objetivo de remover a sujidade;

Meio térmico – Usa a ação do calor o qual reduz a viscosidade da gordura sendo mais fácil remover; a temperatura alta e no tempo correto tem por si só uma ação desinfetante ou esterilizante.


1.2. MÉTODOS DE LAVAGEM

Vertente microbiológica - remoção de grande parte dos microrganismos e da matéria orgânica que favorece a sobrevivência e multiplicação desses microrganismos, o que contribui para uma maior segurança, ou seja, prevenir as IACS (Infeções associadas aos cuidados de saúde) para doentes e profissionais;

Vertente não microbiológica – manter aparência cuidada, restabelecer a função e evitar a deterioração das superfícies.

1.3. PRODUTOS DE LAVAGEM

Os produtos de lavagem são constituídos por substâncias tensioativas, solúveis em água e com capacidade de emulsionar gorduras e manter os resíduos em suspensão para ajudar a eliminação da matéria orgânica, quer seja em equipamentos, utensílios, superfícies de trabalho e pavimentos.

Exemplos:

Bio SL Rosa; aplicação – lavagem higiénica; concentração – puro+água;
Quinapol; aplicação – lavagem de pavimentos; concentração – 50ml/5L agua;


1.3.1. Requisitos para os detergentes:

  • Deve estar rotulado e identificado na embalagem;
  • Trazer indicações de diluição;
  • Diluição só no momento de utilização;
  • Ser utilizado na dose correta de acordo com as instruções;
  • Ser Biodegradável e não Iónico (menos espuma);
  • Ter PH neutro;
  • Ser adequado a superfície a limpar;
  • Manter-se fechado sempre que não esteja a ser utilizado;

1.4. DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE LIMPEZA

Limpeza corrente (2 a 3x dia): realiza-se diariamente, inclui a limpeza e a arrumação simplificadas.

 Escadas, corredores e corrimãos; vidros e puxadores das portas; Equipamento e bancadas de trabalho; botões interruptores; instalações sanitárias a pavimento (com água e detergente).

Limpeza de conservação ou semanal: não necessita ser realizada todos os dias, pela sua importância na conservação de um bom ambiente, não deve ser descurada, devendo por isso ser realizada pelo menos uma vez por semana.

 Maples e sofás; Cortinas; varandas; pavimento (só com água quente); rodapés e contentores.

Limpeza imediata: é realizada quando ocorrem salpicos e/ou derrames (ex: sangue ou outra matéria orgânica) em qualquer período do dia, deve ser solicitada pelos profissionais de saúde ou sempre que constatada pelo funcionário do serviço de limpeza. 

Limpeza global (1 x mês): È uma limpeza mais completa e de fundo, que contempla estruturas por vezes de difícil acesso e/ou limpeza. 

Vidros de janelas e estores; paredes e teto; portas e ombreiras; sistemas de ventilação e respetivas grelhas; Pavimento (encerramento e vitrificação).



2. DESINFEÇÃO:




Tem o objetivo de destruir totalmente ou grande parte dos microrganismos patogénicos; atua em superfícies imóveis, mediante aplicação de agentes químicos ou físicos; é utilizada após a limpeza.



2.1. MÉTODOS DE DESINFEÇÃO



É feita de acordo com o local e o volume do derramamento, logo pode ser feita em pequena ou grande quantidade.



Sempre que houver matéria orgânica em superfícies, deve ser logo removida:

                         
  •   Primeiro fazer limpeza;
  •   Só depois a desinfeção.

2.2. PRODUTOS DE DESINFEÇÃO

Em desinfeções hospitalares deve ser utilizado o hipoclorito de sódio (lixivia) a 1%, contudo não deve ser usada por rotina. Exclusivamente em derrames/salpicos de sangue ou de matéria orgânica. Nas superfícies que requerem assepsia deve ser utilizado álcool a 70%.

Exemplos:
  • Hipoclorito de sódio: aplicação – superfícies não metálicas; concentração – puro;
  • Presept: aplicação – superfícies e urinóis; concentração – 1pastilha e 10L água;
  • Hibicet: aplicação – materiais; concentração – diluição conforme procedimento;
  • Álcool 70%: aplicação – superfícies metálicas; concentração – puro;
  • Desinfetante das mãos c/ base alcoólica: aplicação – mãos; concentração – puro.

2.2.1. Requisitos para os desinfetantes:

  • Conhecer a composição do produto;
  • Respeitar as recomendações de uso interno;
  • Utilizar sempre o EPI adequado;
  • Lavar com água em caso de contato.

3. ESTERILIZAÇÃO:


Implica a destruição total dos microrganismos incluindo os esporos bacterianos. Pode ser efetuada através de métodos físicos e/ou químicos.


4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI):


Os equipamentos de proteção individual são indispensáveis a qualquer profissional, devem ser sempre usados quando:
  • Existir risco de contacto com fluidos corporais do utente com o profissional;
  • Aquando da realização de procedimentos que envolvam o doente;
  • Na limpeza de áreas sujas e contaminadas;
  • Na limpeza de pavimentos, materiais e equipamentos de medio e alto risco;
  • Na manipulação de materiais corto perfurantes; 
  • No manuseamento da roupa hospitalar;
  • No manuseamento de produtos contaminados ou com suspeita de contaminação, como por exemplo materiais/equipamentos de limpeza; 
  • Na preparação e diluição de detergentes ou desinfetantes e utilização dos mesmos. 

4.1. Máscara cirúrgica 

Indicada para proteção da mucosa oro-nasal bem como para a proteção ambiental de secreções respiratórias do profissional. A máscara deve possuir comprimento que garanta uma efetiva barreira, tem sido recomendada que seja confecionada com no mínimo três camadas.

  • É utilizada em situações, tais como, preparação de detergentes, mudança de cama em caso de contaminação e recolha do lixo toxico. Em todos os momentos de desinfeção usa-se a mascara com viseira (imagem 2).
Imagem 1
Imagem 2

4.2. Luva de borracha 

Proteção da pele à exposição de material biológico e produtos químicos. Deve possuir cano longo quando se prevê uma exposição até antebraço. 

  • É utilizada na mudança de cama (imagem 3), higienização de espaços, recolha do lixo e em todos os momentos de desinfeção. No caso da preparação de detergentes usa-se as luvas de cano longo (imagem 4).

Imagem 3 

Imagem 4 

4.3. Avental impermeável, Capote de manga comprida

Para a proteção da roupa e pele do profissional. Em caso de doentes em isolamento onde haja o risco de contaminação o capote de manga comprida deve ser usado na mudança de cama e em todos os procedimentos que envolvam o contacto com doente. (imagem 6).

Imagem 5


Imagem 6
4.4. Farda 

Equipamento de proteção individual obrigatório em todas as situações hospitalares.

Imagem 7 

4.5- Óculos de acrílico 


Proteção de mucosa ocular. Deve ser de material acrílico que não interfira com a acuidade visual do profissional e permita uma perfeita adaptação à face. Deve oferecer proteção lateral e com dispositivo que evite embaçar. 


Imagem 8


4.6- Bota ou sapato fechado impermeável 

Proteção da pele do profissional, em locais húmidos ou com quantidade significativa de material infetante (centros cirúrgicos, expurgos, central de esterilização, áreas de necrópsia, situações de limpeza ambiental e outros).

Imagem 9 

4.7- Touca 



Proteção de exposição dos cabelos e couro cabeludo à matéria orgânica ou produtos químicos, bem como proteção ambiental às escamas do couro cabeludo e cabelos.



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